Serpentinas, confetis, disfarces e muita alegria. O Carnaval é, historicamente, uma das mais importantes tradições seculares do mundo. Se para uns este é um tempo onde se privilegia o descanso, para outros é uma altura de enorme azáfama e folia.
Desde as glamorosas máscaras venezianas, ao samba do Rio de Janeiro, passando pelos sui generis Caretos de Podence, por todo o mundo, são várias as manifestações e expressões culturais que gravitam ao redor do Carnaval. Neste sentido, vários territórios têm-se vindo a posicionar como verdadeiros “destinos carnavalescos”, estruturando e promovendo uma vibrante agenda de ativação em prol desta temática.
Ainda que se reconheça um enorme esforço na “profissionalização” do Carnaval em Portugal, estamos ainda longe de alcançar uma posição liderante à escala mundial. Um caminho desafiante, mas com um potencial de geração de valor muito relevante para as comunidades locais e para os diversos agentes territoriais.
Vejamos o exemplo de Podence, uma aldeia com pouco mais de uma centena de habitantes, que através do Carnaval, consegue impactar toda uma região garantindo recordes de reservas nos alojamentos e na restauração. Este é o resultado de todo um trabalho de valorização da identidade local e das suas tradições ancestrais.
Uma dinâmica intrínseca forte, fruto da participação da comunidade que conseguiu preservar esta tradição durante gerações, reinventando-a e adaptando-a aos novos tempos. Premissas determinantes para que a UNESCO classificasse o Carnaval de Podence como Património Imaterial da Humanidade, uma distinção de supra-importância para a promoção da marca territorial e da dinâmica adjacente.
São projetos como estes que devem servir de inspiração para quem gere produtos territoriais. Seja através de nichos ou de segmentos mais alargados de mercado, é valorizando a nossa identidade, os nossos costumes, as nossas tradições culturais endógenas e respeitando a história que sucessivamente vamos colocando o nosso país, no top of mind do turista mundial.
E não se esqueça: no Carnaval, ninguém leva a mal.
Artigo publicado em publituris.pt no dia 25 de fevereiro de 2022