O mundo está diferente. Nos últimos dois anos, o “cliché” do “mundo globalizado e em constante mutação”, deixou de o ser.
Quando tudo parecia correr num curso de normalidade, uma pandemia com impactos negativos inestimáveis à escala mundial estabelece-se e transfigura a forma como vivemos, comunicamos e nos relacionamos. Se isso já não bastasse, a escalada da tensão na Ucrânia representa e afirma um tempo de ainda mais incerteza e soturnidade em todo o mundo.
Este, que pela sua já evidente globalização, exige dos territórios um esforço hercúleo na melhoria da sua competitividade, através do estabelecimento de uma política de diferenciação e de valorização das suas idiossincrasias, neste que é também um mundo cada vez mais conectado, informado e exigente.
A marca de um território é muito mais do que uma peça gráfica ou uma campanha de comunicação, é a expressão da identidade de um povo, dos seus princípios, da sua história, dos seus traços culturais, dos seus costumes e das suas tradições. E neste aspeto, que lição nos tem dado a Ucrânia? Será que as marcas territoriais são à prova de bala?
Este contexto de volatilidade mundial tem nos mostrado que, mais do que os discursos intimidativos ou campanhas avulso, prevalecem as atitudes, a verdade, a justiça e a consistência das ações.
A Rússia pode ir vencendo pequenas batalhas militares, mas há muito que já perdeu esta guerra. A sua ambição de conquista pela força está a afundar a sua reputação e credibilidade. A marca Rússia demorará anos a restabelecer-se, isto se um dia chegar a acontecer. A história escreve-se e reescreve-se, mas jamais se apagará.
A Ucrânia, por outro lado, tem-nos mostrado que a força de uma nação e de uma marca territorial está nas pessoas, em cada uma delas, que todos os dias reforçam e representam a sua identidade coletiva. Independentemente dos resultados deste devastador e desnecessário conflito, é já evidente que a marca Ucrânia sai vigorada, com um sentimento de pertença reforçado e uma prova de que a paz e o bem vencem sempre.
Slava Ukraini.
Artigo publicado na edição do Publituris do dia 18 de março de 2022